Entre vários conceitos podemos definir ergonomia como a ciência do uso das forças e das capacidades humanas no trabalho. Na afirmação, de 1857, do polonês Jastrzebowski, é o esboço da ciência do trabalho baseada sobre as verdadeiras avaliações das ciências da natureza. Mais recentemente, nas palavras de Wisner, em 1987, trata-se de um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência.

Sabe-se também que há duas tendências: a ergonomia de origem européia, denominada ergonomia da organização do trabalho, que estuda a interrelação entre o homem e o trabalho, enfocando como o homem “sente” e “experimenta” a sua atividade. E a tendência americana, que é a ergonomia dos métodos, das tecnologias e da contínua necessidade de adaptação da máquina ao homem.

Na realidade, a ergonomia estrutura-se a partir dos conhecimentos científicos sobre o ser humano e sobre suas caracterís­ticas psicofisiológicas para, a partir deles, conceber equipamentos ou modificá-los, e não aplicar o conhecimento em máquinas para depois procurar a pessoa certa.

O caráter multidisciplinar da ergonomia que nos fascina envolve anatomia, fisiologia, biomecânica (postura), antropometria, psicologia, engenharia, desenho industrial, informática, administração, entre outras áreas.

Sabemos que a tríade básica da ergono­mia pode ser resumida em conforto, segurança e eficiência. Se ela for integrada ao trabalhador e ao seu posto de trabalho, pode se considerar que o seu grande objetivo foi alcançado. Em qualquer cursinho de ergonomia é básico que se ensine que há três tipos de ergonomia, mas que, na verdade, poderiam ser três ou quatro:

Ergonomia de correção: envolve e estuda a atividade, os ambientes físicos, iluminação, ruído, temperatura, posto de trabalho, bem como suas dimensões, formas, concepções, etc. Atua de maneira restrita, modificando os elementos parciais do posto de trabalho como, por exemplo, no caso das dimensões, iluminação, ruído, temperatura, entre outros. Tem eficácia limitada, pois corrigir sempre custa mais dinheiro.

Ergonomia de concepção: interfere amplamente no projeto do posto de trabalho, no instrumento, na máquina ou no sistema de produção, na organização do trabalho e na formação de pessoal. Por isso é que sempre se recomenda que, ao iniciar, modificar ou aumentar um escritório ou uma linha de produção, um especialista em ergonomia seja consultado.

Ergonomia de conscientização: ensina o colaborador ou associado a usufruir dos benefícios de seu posto de trabalho. Preserva a boa postura, uso adequado de mobiliários e equipamentos. Implantação de pausas e ginástica laboral (antes, durante e depois da atividade).

3 ½ ou 4 de ergonomia do Comitê de Ergonomia: é estimulada pela presença de um CIE (Comitê Interno de Ergonomia) que engloba representantes da empresa e dos funcionários. Utiliza as ferramentas da ergonomia de conscientização para que haja o pleno usufruto do projeto ergonômico e para que esse seja implementado pela ergonomia de concepção ou de correção.

Autor: Osny T. Orselli

Fonte: Revista Proteção

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